Quem sou eu

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Uma guria criativa, que sempre inventou brincadeiras e jeitos diferentes de resolver as coisas. Jornalista de profissão, dublê de arquiteta e decoradora, artesã e contadora de causos. Uma pessoa que detesta preconceito e discriminação.

domingo, 22 de março de 2009

Aceitando a vida sem filhos


Depois de tanto lutar por algumas coisas que quis e não consegui, entendi que não adianta a pessoa "dar murro em ponta de faca". Quem se machuca é a gente. Resolvi seguir em frente, contente com minhas conquistas: um emprego ótimo (nos parâmetros da comunicação, q como quase todo mundo sabe, se ganha uma merreca), uma companhia constante, um apartamento reformado e decorado como eu sonhei, um carrinho bem bonitinho, poder pagar a faculdade de um irmão, ajudar alguém hoje e outro amanhã.

Resolvi ter orgulho de mim, me olhar por dentro e levantar a minha auto-estima (ainda tem hífen?). Puxa, passei por tanta dificuldade, fui para o lugar errado (outra profissão), voltei para o lugar certo (jornalista), fui rebelde, porque a vida exigia isso de mim, defensora dos fracos e oprimidos, onipotente, me sentindo um "Deus" capaz de ajudar todo mundo. Até que a ficha caiu e eu vi que sou só uma "garotinha" tentando sobreviver na lei da selva. Que Deus me ajude a sempre ter forças para estender a mão ao meu próximo, a sempre ter uma palavra de consolo para um amigo. Para pessoas que como eu, que não conseguiram formar família, não têm filhos, a única marca, a única semente que a gente pode deixar no mundo é o que se fez de bom... E essa semente eu venho tentando espalhar dia-a-dia.

Quando eu for para o outro lado, não deixarei uma Adrianinha aí, para contar como eu era, as coisas que eu gostava, contar as minhas perdas e vitórias, as minhas lutas e a minha saga, enfim, falar de mim para as próximas gerações. Eu serei como o vento, uma brisa que passou e acariciou, do jeito que podia, a família, os amigos, os colegas de trabalho... Por isso também tento, do jeito que posso, aprender com meus erros e melhorar. Aprendi a aceitar a vontade de Deus, que cada um tem uma missão nessa vida, e que cada um tem os filhos que a vida lhe dá. Com certeza já exerci a maternidade muitas vezes. Já passei noite em claro cuidando de criança doente, dei remédio, levei no hospital, troquei muitas fraldas, já cuidei de cadernos de colégio, arranjei professor particular, já levei criança em dentista muitas vezes... Enfim, não tive filhos, mas sempre tive a exata noção de como é tê-los.

A minha mãe, tentando me consolar, brinca dizendo: tu és uma mulher de sorte. Tu não sabe o que filho envelhece a gente. Olha tu aí, parece uma garotinha, uma mulher de quase.... bah, também não preciso escancarar a minha idade né?? A essa altura já é chato colocar isso na internet, rs, rs, mas no meu coração eu sou apenas uma garotinha mesmo. Só isso.

Não vou negar, que não deixar uma continuidade minha, não me deixe uma dor que dói de vez em quando; mas de qualquer forma, a gente tem que aprender a aceitar a vida como ela é. Cada um com sua história. Ando até tentando arranjar uma companhia, uma amiga na mesma situação, para gente se instalar juntas num residencial chique de terceira idade, se eu viver até lá..rs, rs. De qualquer forma, tomara que eu deixe uma brisa suave, fresca, com perfume de alguém que amou muito a vida, e que fez alguma diferença na vida de alguém.