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Uma guria criativa, que sempre inventou brincadeiras e jeitos diferentes de resolver as coisas. Jornalista de profissão, dublê de arquiteta e decoradora, artesã e contadora de causos. Uma pessoa que detesta preconceito e discriminação.

domingo, 10 de maio de 2009

A boazinha alimentada pelo prozac

Acho que a tiazinha boazinha se mandou. Talvez ela volte, mas por enquanto, tá aqui uma amazonas com espada e escudo. Pronta para a guerra ou para defender os oprimidos.

Tudo começou a mudar quando ela teve a infeliz ideia de que era "forte como uma rocha" e que poderia emagrecer tomando anfetaminas. Depois vieram alguns problemas de saúde, outros tratamentos, e a mistura dos remédios ficou impraticável. A vontade de viver venceu, mais uma vez, larguei as anfetaminas, e optei por ser uma gordinha viva e alegre. Só que a coisa não parou por aí. A gente não pode largar as anfetaminas de vez. Tem que ser aos poucos. Como fiz errado até para largá-las, paguei o preço das minhas asneiras de querer ser magra e bonita.

A minha vida emocional virou uma montanha russa. Um fio de alta tensão desencapado, pronto para dar choque. Consegui passar pelo turbilhão destes quase três meses de pane geral, trabalhando direto, sem pedir licença saúde. Na minha loucura isso seria demonstrar fraqueza e fragilidade perante os problemas. Aí decidi parar um antideprê que me davam para tratar fibromialgia e nunca adiantou nada. E é estranho que passei a não deixar passar nada, comecei a ser como era na adolescência. Espero ficar no meio termo, afinal, a gente nunca pode dizer tudo que pensa, ao menos no mundo dos adultos. Vale muito saber calar.

Mas gente, também não dava mais para ser uma Amélia, filha, companheira, irmã boazinha e quase perfeita, que não briga com ninguém, que fingi que não entende para não se incomodar. Parece que agora eu tô sem medo de me incomodar. E eu só quero é ter o direito de dizer quando alguma atitude de alguém está me machucando ou me incomodando. Eu preciso colocar os pingos nos is na hora. Tudo isso para não ficar com o sapo emocional entalado na garganta. Descobri que esses sapos que engolia, me intoxicavam e me deixavam com muito dor no corpo, por isso a fibromialgia diagnosticada desde 2005. Se eu continuar a aceitar tudo, a concordar com todo mundo, me sufocando, virá a dor, a inflamação nas articulações e, no futuro, quem sabe algum tipo de imobilidade.

Percebi que tenho me incomodado mais, mas sentido menos dor. Estou colocando para fora e meu corpo responde com menos dor. Gostaria de ser mais forte, mais capaz, com mais jogo de cintura e malandragem. E nesse bolo todo, peço desculpas à minha família, por não ser tão forte e independente como eles esperavam e queriam que eu fosse. Quem sabe um dia. O fato é que "toda unanimidade é burra". Mas q bom que não sou "a boazinha". Sou apenas alguém em busca de si mesmo. Das suas loucuras e dos seus acertos, e procurando estender a mão para quem está perto. Mesmo que ninguém veja. Eu vejo e já tá bom assim.