Quem sou eu

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Uma guria criativa, que sempre inventou brincadeiras e jeitos diferentes de resolver as coisas. Jornalista de profissão, dublê de arquiteta e decoradora, artesã e contadora de causos. Uma pessoa que detesta preconceito e discriminação.

domingo, 28 de setembro de 2008

Dedicatória


O Esculacho da vida real é dedicado a todos aqueles que já tiveram a impressão de terem a sua vida esculachada pelo destino... É dedicado aos românticos que sonharam com um amor, uma casinha com jardim e cerquinha branca, filhos bem criados; aos que já se sentiram excluídos, deixados de lado nas brincadeiras de roda, aos que tentaram fazer tudo certinho e o tiro saiu pela culatra.


Esculacho da vida real é dedicado às pessoas que tinham sua vida toda planejada, recheada de muitos sonhos e metas, e de repente, veio um trem descarrilado e os atropelou; mas mesmo assim não desistiram. Juntaram os caquinhos com super Bonder e disseram ao destino: você vai ter que me engolir !!! O Esculacho da vida real veio para que os esculachados pelo destino não esqueçam que foram escolhidos como exemplo de fé e resistência. Aqui os esculachados têm um lugar para rir das tragicomédias da vida real. Por que tem coisas na vida, que a gente só consegue superar fazendo troça.

Homem também se dá mal


A minha amiga Tetê é uma verdadeira força da natureza. Sério, se existir reencarnação, na próxima eu quero vir como ela. A Tetê já era minha amiga e vizinha, mas conquistou a minha eterna admiração numa viajem de ônibus até o trabalho...

A Tetê já estava há dias sofrendo uma dor de cotovelo por um tal "Mariozinho". Ligava para o celular do Mariozinho umas 40 vezes por dia e o cara nada. Ela já estava surtando, procurava o cara na night, chorava, soluçava e o cara nada. Pois nesse dia do ônibus, a Tetê estava naquela deprê, o Mariozinho tinha sumido e desligado o celular. Eu tentando, às sete e meia da manhã, consolá-la, mas as lágrimas rolavam sem parar e o ônibus todo já estava olhando. Foi então que aconteceu a façanha que eu não acreditava ser possível.O ônibus parou numa sinaleira, a Tetê começou a olhar pela janela e avistou um motorista bem gatinho no carro ao lado. Do olho esquerdo da Tetê, que ficava mais próximo de mim, duas lágrimas rolavam e do olho direito, totalmente seco, ela piscava e jogava beijinhos ao paquera recém conquistado. Foi a primeira vez que eu vi uma pessoa chorar e alegremente flertar, isso tudo simultaneamente. Mas em se tratando da Tetê, eu não deveria duvidar de nada...

Um dia ela conheceu um cara no Orkut e combinou de o cara buscar eu, ela e o meu namorado de carro para irmos ao Dado Bier. O cara nos pegou, conheceu a Tetê pessoalmente e disse: então, vc é a Vanessa... e eu, muito bocuda, "não, o nome dela é Tetê" e ela rapidamente emendou "sim querido, Vanessa Teresa". Nem preciso dizer que eu tive ímpetos de cair na gargalhada, o golpe já tava rolando...Lá no Dado Bier, acho que ela não gostou do cara, fingiu ir ao banheiro e arranjou outro para ficar. O coitado do Orkut rodou três vezes os salões do Dado e nos perguntou por ela umas dez. Eu com uma cara que não sabia onde enfiar. Até que a força da natureza apareceu, acompanhada, e na maior cara-de-pau pediu ao carinha do Orkut para pegar sua bolsa que tinha ficado no carro dele, pois ela iria sair com seu outro acompanhante. Pois não é que o carinha do Orkut ainda se prestou para entregar a bolsa à figura ??? Pô, o cara serviu de motorista para nós três, foi enganado, trocado e usado ... No mínimo, se fosse outro, jogava a bolsa dela no meio da Nilo Peçanha...

É por essas e por outras histórias que eu admiro a Tetê. Geralmente é a mulher que sofre, é enganada, trocada, etc. Saindo na companhia dela, a gente se sente vingada de qualquer sofrimento do passado. E também aprende que homem, apesar dos pesares, também sofre e se dá mal, rs, rs,rs.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Rapidinhas do DEP III


* Bah, e não é só velho que se arrebenta. Não é que nosso guri da informática, o super Jo, com apenas 23 anos, foi levantar um micro do chão e lá ficou. Pois é, a coluna do Jo travou e o guri tá de molho e não pode mais levantar nem um mísero palito de fósforo. Tomara que ele se restabeleça logo, pois o meu micro só funciona com ele, até parece que o guri é macumbeiro. Quando ele chega os trabalhos se abrem, o velho micro da comunicação volta a funcionar. Esse DEP tem cada coisa estranha...

* Um coleguinha nosso estreou sua primeira visita ao urologista e fez "aquele exame" que é motivo de piada entre os homens (bobagenzinha de homens, claro). Ele disse que foi tudo tranqüilo e que só não gostou da sensação do gel congelando suas partes. E o desinfeliz só pôde fazer a faxina quando chegou no DEP. Mas eu acho que o que ele menos gostou foi do preço do remédio que ele vai ter que tomar: 300 reais. Com esse valor ele já compraria uma calça da Forum que é a marca que ele usa.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Rapidinhas do DEP II

Só prá variar um pouquinho eu estava batendo meu ponto no final de tarde na UAA, com o Paulo, a Tamara e a Ângela. Papo furado prá cá, papo furado prá lá, eu estava a me queixar do meu pé esquerdo, que desde abril tá me dando problema. Não consigo mais usar salto, sinto uma dor tipo tendinite abaixo do dedão. Quarenta sessões de fisioterapia, exames, antiinflamatórios, coisa e tal. Comentei que tava apelando para tudo para resolver o problema.

Nesse momento a Ângela teve um lampejo de lucidez e resumiu a questão: "Adri, não esquenta a cabeça, na nossa IDADE começa a aparecer de tudo...". De novo foi aquela risada geral, todo mundo rindo da coroa aqui. Novamente fiquei com aquela cara de abobada que eu fico quando não entendo ou não quero entender algo. O quê, euzinha, Adrianinha, com problema de desgaste de peças, logo no pé ??? Putz, era só o que me faltava. Entrei na UAA com um problema no pé e saí com dois problemas: o do pé e o tal problema da idade. Credo!!!

Rapidinhas do DEP

Tava eu, o Paulo Guri e a Tamara dia desses, final de tarde, jogando conversa fora, falando de sites, fotos do orkut, etc. O Paulo comentou que eu era muito parecida com uma ex-nora dele. Eu fiquei faceira, a moça deveria ser bonitinha, coisa e tal, quando ele soltou o golpe fatal: "mas tu és menos feia que ela".

Puxa, por essa eu não esperava, fiquei com aquela cara de abobada que eu sempre fico quando não entendo algo direito e a risada rolou geral... Até hoje eu me pergunto se foi um "esculacho velado" ou uma "tentativa atrapalhada de elogio". Mas para não passar mais vergonha, prefiro nem perguntar...

Causo de família II



A Barata caçadora de dentes sujos


A mana era um terror para escovar os dentes. Até aí tudo normal. Os especialistas em psicologia dizem que na infância, anormal é ser muito caprichoso, pedir para tomar banho, etc. Mas eu tinha medo que a guria viesse a ficar banguela, conseqüência da falta de escovação diária. Puxa, eu não queria vir a ter uma irmã desdentada, só isso.


Dessa vez não achei nenhuma simpatia que fizesse o vivente ter tara por escovação. Tratei de botar a cachola para funcionar... Como eu já tinha um histórico de atitudes sádicas, a solução não ficou muito longe não. Hoje eu tenho até um pouco de vergonha, mas a verdade é que eu era um capeta com cara de anjo. Meus primos dizem que eu aprontava tanto, que tinham vontade de me surrar. Mas na hora agá, olhavam para aquela figura pequena e frágil, com carinha de anjo, e não tinham coragem de me pegar. Acho que até hoje eu me aproveito um pouco dessa aparência inofensiva ...


Mas a idéia que tive para fazê-la cuidar dos dentes foi tipo um tratamento de choque. Comecei a preveni-la de que ao dormir sem escovar os dentes, o mau odor proveniente da boca sem escovação atrairiam bichos e insetos caçadores de boca suja durante suas horas de sono. Mas teimosa como ela só, a guria não me dava ouvidos. Ria, debochava e ia dormir sem escovar os dentes. Até que eu matei uma barata e coloquei-a, bem ao lado de seu rosto, em cima do travesseiro, enquanto ela dormia.


Quando ela acordou e viu o bicho morto, gritou tanto de pavor que até me deu um pouco de remorso. Mas dizem que os fins justificam os meios, não é ? Vão olhar hoje os dentes dela. Estão todos lá, bem bonitinhos, sem faltar nenhum. Graças à barata caçadora de dentes sujos.

Causo de família I



A História do Pintinho massacrado

Eu e a mãe já estávamos preocupadas com o estado do guri. Tudo que era criança já falava gugu, dada, mã, com um ano de idade. Meu irmão mais novo já estava com dois anos e meio e só soltava gemidos e grunhidos, ahhh, gruuuu, nhééé. Eu, minha irmã do meio, Carla, e minha mãe puxávamos por ele e nada, só grunhidos.

No restante o guri até era normal demais. Um verdadeiro capeta. Montava o cachorro vira-latas da família, o coitado do Neves, como se o cão fosse um touro bravo, segurando as orelhas do desafortunado como se fossem rédeas imaginárias, e lá ia ele galopando o Neves no pátio da casa do Espírito Santo. Se a casa tivesse uns dez minutos de paz, podia ter certeza que nuvens escuras se aproximavam, denunciando a descoberta de mais uma capetice.

Mas voltando ao problema da falta de fala do guri, um dia nossa mãe chegou do Centro com uma revista de horóscopo e simpatias. Faceira que estava, me chamou e mostrou a solução para o problema. Segundo a simpatia da revista, para criança começar a falar, bastava arranjar um pintinho e fazê-lo piar três vezes dentro da boca da criança. Era tiro e queda, dali por diante a criança falaria tanto que iria tontear a família toda.

Como os médicos diziam que não havia nada de errado com ele, que havia de se esperar o tempo individual de cada criança para falar, eu pensei, “bom, mau não vai fazer, vou pedir para o pai mandar um pinto lá do sítio dele”. E assim foi feito. No outro dia o pai mandou o pintinho, bem amarelinho, novinho, bem pequenininho dentro de uma caixa de sapatos. Lá fui eu, a pioneira em simpatias, resolver o problema.

Meu irmão estava no pátio brincando, eu o chamei e pedi que abrisse a boca e ao mesmo tempo coloquei a cabeça do pintinho quase metade na boca da criança e torci para que o pinto piasse três vezes bem rápido. O pinto, que devia estar assustado, piou pela última e derradeira vez em sua breve vida. Meu irmão, que devia estar mais assustado que o pinto, fechou a boca em cima da cabeça do pobre, que ficou literalmente massacrado. Fiquei com o pinto desfalecido em minha mão e um baita remorso para tratar. Daquele dia em diante, a minha breve carreira de feiticeira deu uma longa pausa.

Com o tempo o guri começou a falar, talvez com medo que da próxima vez a gente aprontasse coisa pior, vai saber...