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Uma guria criativa, que sempre inventou brincadeiras e jeitos diferentes de resolver as coisas. Jornalista de profissão, dublê de arquiteta e decoradora, artesã e contadora de causos. Uma pessoa que detesta preconceito e discriminação.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Adrianinha uh e o vô João


Antes que mais alguém pergunte por que meu e-mail é adrianinha uh e isso suscite mais dúvidas, eu explico. Pela família da minha mãe, eu fui a primeira neta, por quatro longos anos eu era a única criança da família. Como adulto tem mania de ficar bobo com criança, meu avozinho querido, o vô João, toda vez que me via fazia careta, batia palmas para mim e dizia "o que que a adrianinha uh tá fazendo? Cadê a adrianinha uh do vô???", e dizem que ele fazia isso o dia todo, e todo mundo ficava tonto com aquela história de adrianinha uh.

O fato é que eu fui crescendo, e para zoarem de mim, a família toda começou a me chamar de adrianinha uh. O apelidinho colou. Hoje só minha mãe fala assim de vez em quando. E eu, que nunca me interessei em ter Orkut, descobri que meu irmão o fez por mim agora no meio do ano. Para zoar um pouquinho, ele criou o e-mail do Orkut com esse nome: adrianinha uh. Depois que ele fez o meu Orkut, eu até passei a gostar. Ás vezes eu sou meio lenta para essas coisas, achava que meu Orkut nunca ia passar de 20 amigos e ia pagar mico, eh, eh, eh.

Mas voltando a falar do meu avô João, puxa, que pessoa importante na minha vida. Desde a lembrança mais remota, eu com cinco anos de idade, esperando ele chegar do serviço com dois bombons love me no bolso para mim. Eu ficava igual cachorro esperando o dono no portão. Mas ele não esquecia dos meus bombons. As idas ao cinema, a primeira vez no teatro, a companhia até o Colégio Rosário para eu fazer o teste de admissão para o segundo-grau... O gosto pela leitura de jornais e revistas, tudo isso aprendi com ele. Segundo meu pai, o vô João era a única pessoa no mundo que conseguia ler jornal, escutar rádio e o telejornal ao mesmo tempo. Acho que essa coisa de ser jornalista veio dele. Era muita informação para uma pessoa só, rs, rs.

Na minha formatura em jornalismo, eu e ele viajamos juntos para Santa Catarina. Era o presente que ele queria me dar de formatura. Estivemos em Canasvieiras e depois na Ilha de São Francisco do Sul, terra do meu querido vozinho. Fazia muitos anos que ele não visitava sua cidade. Ficou muito feliz em revê-la. Mas eu senti uma emoção diferente vendo aquela cidade portuária tão antiga. Aquelas ruas estreitas, prédios tombados, aquele clima tão antigo. E pensei que finalmente eu tinha visto um outro lugar ao qual eu pertencia: a terra dos meus antepassados. Amei São Francisco do Sul. E amei mais ainda meu avô, por entender de onde ele veio e onde ele conseguiu chegar...

2 comentários:

  1. Café, café, açúúúcar...Adrianinhauh, Adrianinha Uhh, hehehehehe, que família mais que demais essa. Te amo, beijo!

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