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Uma guria criativa, que sempre inventou brincadeiras e jeitos diferentes de resolver as coisas. Jornalista de profissão, dublê de arquiteta e decoradora, artesã e contadora de causos. Uma pessoa que detesta preconceito e discriminação.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Paixão de infância também ensina


Na minha família todos os três irmãos tiveram suas paixões de infância. Acho que estimulados pelo perfil passional da família, um estilo "família italiana". E eu nem poderei falar do Gustavo da meia preta, pois senão corro o risco de morrer.

Eu tive uma paixão (platônica, claro) dos 5 aos 7 anos pelo Leopoldo Loq Filho. Eu e o Leopoldo já nos conhecíamos do Jardim e continuamos colegas até a segunda série. A minha paixão foi surgindo por que o Leopoldo Loq e eu éramos os primeiros da fila (uma coincidência) e tínhamos as mochilas iguais (outra coincidência) e os olhos castanhos dele ficavam esverdeados com o reflexo do sol (lembro como se fosse hoje). Não riam pelos motivos da minha paixão, se paixão já é uma coisa louca para adultos, imagina paixão de criança... O fato é que desde aquela idade eu já me sentia sugestionada a me apaixonar pelas coincidências.

Mas o Leopoldo Loq e eu tivemos uma "química explosiva". Ele era um guri tinhoso, já havia sido expulso de uma escola no primeiro semestre da primeira série. Ninguém agüentava o Loq. A mãe dele implorou para a diretora da minha escola aceitá-lo. Até que um dia o Leopoldo Loq começou a reparar em mim. Mas não do jeito que eu queria... Começou a me perseguir no recreio, a me chamar de "Machadinho, Machadão, ah, ah, ah, ela é um Machadão, ah, ah, ah, ah". Em pouco tempo estavam todos "guris idiotas" do colégio me perseguindo e rindo da minha cara e eu fui me esconder na sala de aula para chorar de vergonha e raiva.

Mas nem na sala eu tive paz. A gang do Loq invadiu a sala e junto com eles várias meninas amigas minhas. No meio daquela algazarra, "ah, ah, ah, Machadão tá com medinho, Machadinho veio chorar, ah, ah, ah", eu tive um momento "Rambo" e surtei, me atraquei com o Leopoldo Loq. Puxei cabelo, arranhei, ele me chutou muito com aquele quixute horrível. E eu chorando e batendo, chorando e apanhando e as gurias gritando "acaba com ele Adriana, arrebenta esse idiota" e o idiota rindo, não saía uma lagrimasinha. Até que ele correu para o fundo da sala para continuar a gritaria. E naquele momento eu tive um dos momentos mais gloriosos da minha vida: peguei minha régua de madeira de cima da mesa e atirei em direção ao Loq. Mira certeira ou justiça divina, o fato é que a régua pegou o queixo do Loq, que na mesma hora caiu combalido e começou a chorar com um filete de sangue escorrendo do queixo.

Aquele momento foi a glória. Todas meninas me cercaram, me levantaram no colo e me elogiaram como se eu fosse um heroína. Risadas, palmas, sorrisos de pura felicidade. Todas meninas ali já haviam sido perseguidas pelo Leopoldo Loq. Mas a farra durou pouco. A professora apareceu e veio tirar satisfação do que havia acontecido, por que o Loq estava ferido, etc. Fizeram curativo nele e depois a gente ainda teve que pagar o mico de se pedir desculpas e apertar as mãos. Até hoje eu não sei se o Leopoldo Loq era masoquista, mas daquele dia em diante ele começou a me tratar como um princesa. Mas a minha paixão acabou naquele dia mesmo. Ali eu vi que não gostava de "química explosiva".

4 comentários:

  1. Essa história eu não conhecia...Essa minha irmã, tsc,tsc..he,he,he,he!!! Beijo

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  2. Puxa, rs,rs, rs, tem muita coisa que eu não conto, né???

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  3. Gustavo da meia preta, mais conhecido como Gustavo Lira... foram tantas as paixões de infância... Tempos bons né? Tempos em que a nossa preocupação é só brincar de pegar ou de verdade ou conseqüência. Quem nunca teve uma paixão de infância? Depois veio o Gustavo Coelho, depois o Alexandre Bech, depois o Bigo... hehehehehe mas mudando de saco pra mala, que tu não conta tudo pra gente não conta mesmo né mana? Beijos.

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  4. Maninha, é tão bom lembrar da infância, tempo de chorar só pelo joelho esfolado, de dar pau nos guris chatos, eh, eh, eu era tinhosa, mas era queridinha. Beijo mana querida. Peço sempre para Deus nos ajudar a ultrapassar todas dificuldades.

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